Um relato da minha época como um obstinado colecionador de Lps.

Lps das bandas "Esperanto" e "Hanoi Rocks"
Nessa onda toda do revival dos Lps,depois da popularidade dos CDs.Eu resolvi que jamais seria uma "viúva do vinil".Talvez muitos não saibam,mas o meu primeiro disco,comprado com grana própria,foi um compacto simples do Creedence Cleawrter Revival, obtido de um colega de colégio,no ano de 1971. Daí em diante não parei de colecionar,assim como também costumava a me desfazer deles com uma certa frequência. Era só a coisa apertar,lá estava eu com uma sacola cheia de Lps,para vender aos "Sebos" oportunistas,que sempre avaliavam por baixo as minha preciosidades.Casei com 20 anos de idade e já tinha uma bela coleção de Lps. Quando os filhos iam chegando,remanejava os discos para outro compartimento da casa,transformando minha sala de som em quarto de bebê. E assim eu ai levando minha coleção.Sempre preocupado em mantê-la arrumada(por artistas,nunca por ordem alfabética)remendando capas,e lavando periodicamente meus discos(esse método é tão antigo!).Escutavá-os todos os dias,sempre quando chegava  em casa,vindo do trabalho(este hábito tenho até hoje)entrava pela madrugada ouvindo os que eu puxava aleatoriamente da estante.Nunca os escolhia tipo:"Hoje vou ouvir isso ou aquilo".O que eu realmente puxava eu repousava no prato.Essa ondazinha de colocar plástico nas capas..vixiii!!é mais antiga do que andar pra frente!.Geralmente fazíamos isso com os sacos que vinham protegendo o disco dentro da capa(a popular cueca que na maioria das  vezes eram menor que a capa e em alguns casos tinham os cantos arredondados)a gente esticava tanto,que ele entrava na marra! Alguns logistas tipo o Floriano(da saudosa "Gramophone Discos)perceberam tal detalhe e mandaram produzir sacos plásticos transparentes para colocar nos produtos oferecidos em suas lojas(embora algumas lojas de são Paulo já fizessem isso).Tenho tanta histórias sobre discos de vinil,que mal caberia aqui nesta página.Hoje alguns sebos conhecidos em Belém(dos poucos que ainda restam),esqueceram.Mas eu fui um dos que mais abasteceu suas barracas,no início de suas atividades.Tinha tanto LPs,que montei uma loja de usados,chamada "Rockmanhia"(ficava numa galeria na Av. Nazaré,ao lado do supermercado Yamada,no térreo do Ed.Manoel Pinto da Silva) A "Rockmanhia",não deu certo,simplesmente porquê escolhi a pessoa errada para sócio,sendo que o investimento foi todo meu,incluindo os quase 2.000 lps,da minha coleção,que disponibilizei na tal loja.Com o final da "Rockmanhia",resolvi repassar tudo o que tinha dentro dela(incluindo discos e revistas raras de rock)para uma outra loja de usados,que na época,ficava localizada na Av.José Malcher(em frente ao antigo Jockey Clube)em troca de CDs e cópias de VHS(foi um arrependimento),e prossegui por mais algum tempo com os álbuns de minha coleção  que haviam me restado,até que resolvi decidir por qual formato eu seguiria colecionando: LPs,CDs,ou DVDs. Optei pelos CDs,e não me arrependo. Digam o que quiserem,propaguem o que bem entenderem sobre eles...estou muito bem,obrigado com minha pequena coleção de CDs. Não mais faço como antigamente,quando saía comprando tudo pela frente só com o intuito de servir de trofeu!!. "Ahhhh..tenho o disco tal,assim,assado.Tenho uma edição exclusiva e importada de tal disco!"(esse tipo de coisa ficou no passado. Estou velho pra isso! Hoje compro e coleciono o necessário para eu ouvir! Quando eu morrer,minha família vai vender tudo à preço de feira,eu sei!!kkkk. As edições especiais,os box set,todos,hoje me atraem muito mais que discos de vinil,e jamais fui risível de criticar este ou aquele formato. Conheço muito bem os dois e tenho bastante afinidades por ambos.Tanto faz se é ou não importado,com o selo diferente,e todas essas bobagens.Certa vez um ex vendedor de discos usados,muito conhecido no comércio,me disse algo que jamais esqueci. Durante uma das minhas diária visitas aos sebos,fui em sua barraca  que ficava na Praça das Mercês(Seu Borges)e me deparei com um LP do grupo britânico The Hollies. A capa do álbum,estava em péssimo estado,e na tentativa de ganhar um desconto no preço argumentei:"Seu Borges,a capa deste disco tá ruim,vou gastar tempo e paciência pra reparar.O senhor  me dá um desconto?No que ele me respondeu: Tu vais ouvir o disco ou a capa?"Paguei o que ele pediu,afinal o item era raríssimo! Concluindo: Toda essa onda atualmente de exaltação aos discos de vinil,já foi vivida pela minha geração. Tudo que se faz e falam a respeito deles,nós já falamos e fizemos há muito,mais há muito tempo!Pra mim não existe novidade nenhuma.Aproveitem...é a vez de vocês!!!
Adê Fonseca,

Nota: Ainda possuo alguns LPs em casa(foto)já dei alguns e vendi outros novamente,há questão de uns dois anos atrás.Os que tenho guardado,tem como finalidade,mostrar e explicar para minha neta,a importância deles e o quanto por décadas o vovô dela foi um dedicado colecionador.


No final dos anos noventa,eu montei uma outra loja(TRAMA),desta vez especializada em CDs,porém com alguns itens raros em LPs,a exemplo de alguns títulos da BBC,os quais num total de mais de oitenta discos,acabei enviando para a antiga loja Traffic,em São Paulo.Aliás que os discos da BBC,também é um longo capítulo na minha história de colecionador de LPs.

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